Satélite flagra maré vermelha que ‘invadiu’ litoral de SP; veja as imagens

Imagem ilustrativa de como é a maré vermelha: fenômeno atingiu litoral de São Paulo em janeiro
Imagem: UNESCO/Reprodução

Um fenômeno conhecido como “maré vermelha” atingiu São Sebastião e Ilhabela, no litoral norte de São Paulo, em meados de janeiro. O deslocamento da mancha vermelha, produzida pela alta concentração de Mesodinium rubrum —um micro-organismo capaz de impactar o ecossistema marinho— é acompanhado por satélites do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

Em grande quantidade, essa alga pode causar a falta de oxigênio na água, o que é um risco para a vida aquática, segundo o Instituto.

Confira abaixo as imagens do avanço da alga, feitas entre 31/12 e 20/1:

Imagens de satélite analisadas pelo Inpe mostram a progressão da ‘maré vermelha’ próximo a São Sebastião e Ilhabela, no litoral norte de São Paulo
Imagem: Inpe/Divulgação

Maior parte da mancha já se dissipou

A grande mancha causada pela maré já se dissipou, segundo a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), que lidera o monitoramento da situação.

Não há, até o momento, restrição ao consumo de mexilhões e outros frutos do mar colhidos em território paulista, mas o alerta de floração de microalgas no litoral continua.

O primeiro registro da maré vermelha foi feito pelos satélites do Inpe em dia 10 de janeiro. No dia 15, a mancha estava em dois pontos, próximos a São Sebastião e Ilhabela. Cinco dias depois, ela ocupava uma grande extensão da costa, entre as duas cidades, chegando até o arquipélago de Alcatrazes.

Embora o Mesodinium não seja tóxico, esse organismo serve de alimento para plânctons do gênero Dinophysis, que podem produzir toxinas perigosas para a saúde humana. Em 2016, uma floração dessa alga levou ao embargo do consumo de ostras e mexilhões no litoral paulista.

Ou seja, o monitoramento do Mesodinium pode ser um mecanismo de alerta para potenciais florações de Dinophysis.

O ambientalista Júlio Cardoso, do projeto Baleia à Vista, observou que a “maré vermelha” atrai também peixes e cetáceos. “Observamos algumas orcas, raias e até um tubarão-baleia que foram atraídos por camarões e outras presas que vieram atrás dos plânctons, algas e outros micro-organismos. A corrente que faz surgir o fenômeno é rica em matéria orgânica e nutrientes depositados no fundo do mar”, disse.

A Prefeitura de São Sebastião diz ter participado, em 4 de fevereiro, de uma coleta de mexilhões na Praia de Toque-Toque Grande e na Praia da Cigarra, em parceria com a Coordenadoria de Defesa Agropecuária, do governo estadual, com a ideia de manter o controle higiênico-sanitário dos mexilhões destinados ao consumo humano.

A análise confirmou a predominância do Mesodinium rubrum, que não é tóxico, “mas reforçou a necessidade de monitoramento contínuo para prevenir impactos ambientais e riscos à saúde pública”.

A Prefeitura de Ilhabela informou que acompanha o deslocamento da mancha e que, até agora, não foram identificadas algas tóxicas nos materiais coletados. Ainda assim, o município reforça a recomendação de evitar nadar ou praticar esportes náuticos em locais com manchas de coloração suspeita.

Recomendação no litoral sul de SC

Na última sexta-feira (7), a Cidasc (Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina) manteve a recomendação de não consumo de mexilhões procedentes do município de Imbituba, no litoral sul do estado.

Amostras enviadas para análise em laboratório do Ministério da Agricultura e Pecuária apontaram a presença de toxinas em índice acima do permitido pela legislação em espécimes recolhidos nos costões do município.

Amostras também foram colhidas no litoral de Laguna, mas os resultados foram negativos. Nas outras áreas de cultivo de ostras e mexilhões monitorados semanalmente pela companhia não foram detectados níveis de toxinas que levassem à suspensão destas áreas. Em janeiro, uma extensa faixa do litoral apresentou manchas causadas pela “maré vermelha”.

Com informações de Estadão Conteúdo

Fonte: UOL

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